09 de setembro de 2025
Por Sabrina Scarpare
A forma como estamos interagindo com a IA Generativa está mudando. Se em 2024 usávamos a IA para gerar ideias e agilizar tarefas, em 2025 ela está assumindo um papel inesperado: a de confidente, conselheira, terapeuta e até parceira romântica.
Os dados não mentem. Segundo um levantamento recente da Filtered.com, os três principais usos da IA Generativa neste ano são:
1º “Fazer terapia ou ter companhia”
2º “Organizando minha vida”
3º “Encontrando propósito”
Sim, as pessoas estão buscando na IA algo que vai muito além de produtividade ou aprendizado. Elas estão procurando apoio emocional, conselhos para a vida e até um espaço de desabafo e novas romances, sem julgamentos. Esses dados nos mostra uma mudança significativa: a de ser uma ferramenta técnica para um suporte emocional.

E isso me fez refletir. Estamos tão carentes a ponto de enxergar a IA como um amigo fiel ou um terapeuta? Ou será que estamos apenas encontrando nela uma solução prática e rápida para lidar com a solidão, a exaustão e a busca por um propósito?
A verdade é que a popularidade da “IA terapeuta” reflete algo maior do que a tecnologia em si. Ela é um espelho de desafios culturais e emocionais que enfrentamos hoje. Apesar de estarmos hiperconectados digitalmente, nunca nos sentimos tão sozinhos.
De bate-pronto, a IA oferece uma conexão descomplicada, sem julgamentos e disponível 24 horas, 7 dias da semana. Além disso, estamos sobrecarregados por demandas profissionais e pessoais, e ela surge como uma forma de aliviar a pressão de tomar decisões constantes e organizar nossas vidas. Para muitos, ela também é uma alternativa acessível e sem estigmas à terapia tradicional, em muitos casos, inacessível pelo seu valor.
Mas será que essa relação com a IA é realmente saudável?
Se por um lado a IA democratiza o acesso a recursos que antes eram restritos a poucos, criando um ambiente sem julgamentos, onde as pessoas podem se abrir livremente, por outro lado, há riscos que não podemos ignorar. Os conselhos da IA podem ser genéricos e superficiais, ignorando nuances e contextos únicos de cada pessoa. Existe também o perigo de dependência emocional, afastando as pessoas de relações reais e saudáveis. E, talvez o mais crítico, a questão da privacidade: quem garante que as interações mais íntimas com a IA não serão coletadas, analisadas ou comercializadas?
E o que isso significa para a sua marca?
Essa mudança no comportamento humano, onde a IA passa a ocupar um espaço tão íntimo e emocional, reforça ainda mais a importância do storytelling como ferramenta essencial para criar conexões genuínas.
O storytelling é a ponte que conecta marcas e pessoas de forma autêntica. Ele não é apenas sobre contar histórias, mas sobre dar sentido às experiências, criar identificação e gerar confiança. Em um mundo onde a IA pode gerar textos, ideias e até conselhos, o que diferencia você ou sua marca é a capacidade de transmitir uma narrativa que ressoe com o coração do seu público.
Histórias bem contadas têm o poder de traduzir valores, inspirar mudanças e criar laços duradouros. Elas são o que nos fazem lembrar que, por trás de cada produto, serviço ou negócio, existem pessoas reais, com sonhos, desafios e propósitos. E é exatamente isso que o público busca: conexão humana em um mundo cada vez mais digitalizado.
Por isso, ao criar conteúdo, lembre-se de que a tecnologia é uma aliada, mas o que realmente faz a diferença é a sua capacidade de contar histórias que emocionam, engajam e transformam. O storytelling é o que dá alma à sua comunicação, é o que transforma ideias soltas em narrativas poderosas que conectam e vendem.
No final das contas, a IA pode ser uma ferramenta incrível para estruturar e organizar suas ideias, mas a essência da história, o toque humano, a emoção e a autenticidade são insubstituíveis. E é exatamente isso que vai fazer você se destacar em um mercado cada vez mais saturado de informações.
Então, pergunte-se: qual é a história que só você pode contar?
Porque, no fim, são as histórias que nos fazem lembrar que somos humanos. E é isso que o mundo precisa agora mais do que nunca.
Até breve!

Obrigada por chegar até aqui 🙂
Sou Sabrina Scarpare, jornalista com MBA em Gestão de Mídias Sociais e Digitais. Falo sobre comunicação, storytelling, criação de conteúdo, marketing de conteúdo, IA e amo contar histórias. Trabalhei na imprensa durante 15 anos (rádio, televisão, assessoria de imprensa, revista impressa, jornal impresso) e há quase 6 anos migrei para o digital para fazer parte da revolução da IA na comunicação & storytelling. Tenho clientes no Brasil e em outros países e sigo revolucionando a contação de histórias com IA.